Sooooooooo last season

Daí semana passada saí com o Chris, meu ex-melhor amigo de infância.
Não, esse não é o melhor modo de começar. Talvez eu devesse contar a nossa história. Mas aí eu levaria os próximos 5 dias escrevendo. Talvez se eu resumisse… Enquanto decido, vou escrevendo.

Eu tinha 7 anos. Há 2 morava num condomínio na Zona Sul de São Paulo. Piscina, salão de festas, quadra, tudo que criança quer. 5 prédios cheios de crianças com muita energia. Ok, agora cuidado para não me afastar do tópico central.
Primeiro dia na unidade nova do colégio onde eu estudava, dentro do meu bairro. E aí vi aquele menininho loiro que já tinha reparado várias vezes no condomínio, mas que raramente tinha conversado.
Gente, eu tinha 7 anos, impossível lembrar com precisão o que exatamente aconteceu, porque num piscar de olhos estavamos bestfriends forever

Decidi: é impossível escrever TUDO. É como escrever sobre a minha infância assim, sem mais nem menos. Mas vou tentar resumir maaaaaaaaaaaaaaaaaster.

Bom, o resumo é que ele era meu melhor amigo, a gente vivia juntos, me dava muuuuuito bem com a irmã dele, até com a mãe, que era mais difícil de conviver.

Acontece que com 11 anos resolvemos que, bom. Que era uma boa idéia namorar. E transar.

É, gente. Prontofalei, 11 anos.

E isso durou sei lá, 1 ano? Olha, não tô bêbada pra entrar em detalhes sobre essa relação, então deixa quieto.
Beleza. 2 anos depois, decidimos que, sei lá. Era uma boa idéia a gente se beijar, porque a gente já tinha transado mas não tinha beijado. E ele tava meio namorandinho uma amiga nossa e tava com medo de fazer merda, então pq não se a gente testasse, não é mesmo?

Ok. Passa alguns meses.

Muda um menino novo para o condomínio, sensação do Brasil. Roubamos para o nosso clã. Chris começa a querer pegar, eu também. Aí eu pego. Depois ele pega.

Ok, vocês entenderam onde isso vai parar.

Exceto pela parte em que a irmã dele também começa a pegar esse carinha – sem saber do irmão, lógico.
Aí assisto aquilo tudo, acho legal – os dois caras que eu peguei na vida se pegando loucamente. Eu – 14 anos. Aí a mãe dele descobre tudo, inclusive da gente back to eleven years old. Aí proibe a nossa convivência. Nos afastamos.
Mas nem tanto.
Voltamos a estudar juntos no 1º colegial, de tocar o puteiro e fazer parte da turma do fundão. Cabular aula, tal, tal. E aí ele se mudou de condomínio e o que eu pensei ser uma barreira virou uma distância intransponível por ANOS, quando saí do colégio onde estudavamos juntos.

Ele virou 100% gay, eu virei rockeira do mal uhuu, nunca mais nos falamos. Até 2004, quando nos encontramos na Paulista para dar uma volta.

Aí foi aniversário dele de 23 anos e eu FUI. Foi estranho, mas foi bom.

Então, sexta-passada, combinamos de sair. Balada gay.

Primeiro: eu amo gays. Amo mesmo.
Depois: enchi a cara e me esfreguei com mais gente do que a minha já pequena dignidade permitiria.
Terceiro: tudo muda, mas no fundo ainda nos reconhecemos.

É tudo estranho. TUDO.

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