Amor: Fase 1, capítulo I

Acordei com vontade de contar a minha vida. Então segura, que aqui vai um “pequeno” trecho.

Minha vida amorosa divide-se em duas partes, basicamente. Tem a fase platônica e a fase não-platônica. Aí coloca dois cidadãos em cada fase e zaz. That’s all, folks.

Então vamos começar pela Fase 1 – Paixão Platônica, capítulo I – Gordo.

Já contei um pouquinho sobre a minha pré-adolescência e descobertas sexuais aqui (os comentários desse post são os melhores!). Resumão: comecei minha vida sexual CEDÍSSIMO, com meu melhor amigo-irmão-alma-gêmea-lindo, o Chris, que alguns anos depois se descobriu gay. Na mesma época, lá pelos 13 anos (tô falando que é cedo, gente) eu pegava um cara sensação do meu condomínio, vamos chamá-lo de B (hoje ele me odeia tipos MUITO, um dia conto o pq). Daí que C e B começaram a se pegar também. E eu observava toda a evolução entre eles, do primeiro selinho até… Bom, vocês entenderam.

No começo, eu achava que gostava do C. Não, era só amigo mesmo. Depois, achei que gostava do B. Também não: achava o máximo o fato de ver a bissexualidade de uma pessoa se aflorando na minha frente, isso sim. Mente deturpada desde cedo? Yes.
No auge dos meus 14 anos, via dois meninos se comendo na minha frente. E achava o máximo.

Aí tudo isso passou, C mudou, B mudou.

Não tive vida sexual/amorosa e nem nada durante toda a minha adolescência. Nem falo quantos anos fiquei sem ao menos beijar alguém, porque dá vergonha, sérião. Mas eu não me importava tanto, assim. Minha vida era preenchida com ótimas experiências e amigos maravilhosos.

E aí tinha esse cara do meu condomínio. Meu vizinho da frente. Nunca tínhamos tido muito contato, mas ele já tinha sido bem amigo do Chris. Amigo o suficiente para ele ser a única pessoa (tirando B, claro) que sabia sobre nossas experiências precoces.

Enfim. Começou uma história de que eu deveria pegar esse meu vizinho. A ponto de ele pedir para ficar comigo, no melhor estilo “Fica Comigo” – MTV. Crianças, sabe. E eu, mais criança ainda, sem saber o que fazer. Uma vontade louca de rir, vontade maior ainda de me enfiar em um buraco e por lá ficar pelo resto da vida, de vergonha.

Daí que não aconteceu nada, só uma enrolação monstra por alguns dias.

Meses depois, quando ele desencanou total, eu surtei. Fiquei obcecada, e tinha que ficar com ele de qualquer jeito. Mas adivinhem só: ele nem queria. Na verdade, ele nunca quis. Só rolou aquele mini climinha por conta de pressão externa.

Me dá contorções no estômago de vergonha de lembrar dessa época. E ó que já se vão quase 10 anos.

Enfim: aí que eu apaixonei. Apaixonei mesmo, só pensava nele a porra do tempo inteiro, mas é lógico que a partir daí ele passou a me esnobar bonito.

Gente. Eu tinha 14 anos.

Daí comecei a mandar cartas pra ele. Cartas com os escritos mais bregas do universo inteiro, pior do que a pior letra de pagode  (Lua Vai feelings) que você consiga imaginar. *Convulsões de vergonha*. In fact, cheguei a mandar a letra de “Olha o que o amor me faz”, de Sandy & Jr., pra ele. Sério, gente. É vexatório.

E eu passava a merda das aulas inteiras na escola escrevendo coisas pra ele, e pensando nele… Uma coisa bem absurda.

Pior. Nós estudávamos em escolas diferentes. Ele estudava na porra do colégio que me humilhou a vida inteira, e eu tava feliz na escola nova, com admiradores e tudo. Mas ainda tinha um amigo ou outro no colégio antigo. O que fiz: convenci meus amigos a enxerem o saco do coitado do menino pra ficar comigo. O que inexperiência não faz, né? Nem me tocava que isso estava piorando cada vez mais a situação.

Eu continuei gamada. Todo dia de manhã, o via pela janela da cozinha indo para a escola. Apaixonadinha way of life. (Aposto que ele nunca soube disso).

Ele me deu altos foras. Em público, inclusive. E eu ficava chorando anos, coisa mais ridícula. E não demorou para ele ficar com alguém – do condomínio, aliás. Durou pouco, mas eu me remoía de ciúmes. Por outro lado, ele passava mais tempo comigo do que com a “namorada”, mais assuntos em comum, sabe. E eu fui me aproximando dos amigos dele (não por interesse, que fique claro), e gostava cada vez mais dele… E tipos… Se não rolou no começo de tudo, nada mais aconteceria.

Aí teve um dia que eu fiquei com um cara no colégio. E me senti malzaça, pq gostava do vizinho. Cheguei em casa, falei com ele do cara da escola, disse que me sentia mal, mega me declarei chorando e ele só ouvindo e se importando o suficiente para não rir na minha cara. Ponto.

E tinha essa menina, a Carol, que por sinal inspirou a criação desse blog nos idos de 2002 (arquivos infelizmente deletados). Mó amiga minha, dormia lá em casa, coisa e tal. Acontece que ela pegou as minhas duas paixões platônicas e super esfregou na minha cara “eu tenho, você não tem”, e ainda conseguiu fazer todo um grupo se voltar contra mim por um bom tempo.

Mas enfim. A Carol e a minha paixão platônica I namoraram. Ele apaixonadaço e eu me corroendo de inveja, pq nunca deixei de gostar dele. Nota: já tinham se passado uns 2 anos desde o começo dessa história.

E aí terminaram, voltaram, terminaram, voltaram e terminaram. No fim, ele não queria mais ouvir falar dela, mas ela amava ele loucamente. Mulher é tudo idiota.

No dia que eles terminaram oficialmente, ela chegou a vomitar de tanto chorar. E ele lá, na dele. Enquanto geral ficou puta com ele e foi consolá-la, eu fiquei lá conversando com ele… Não como se nada tivesse acontecido, mas ué, ele tinha culpa de não gostar mais dela? E, por outro lado, algum vez eu o culpei por não ter interesse em mim? Por mais ridículos que eu tenha passado (e feito ele passar), NUNCA forcei a barra. Talvez esse tenha sido o meu erro, afinal.

E aí o mundo me odiou. Falou que eu fui injusta, que ri da desgraça alheia.

Ok, então.

Tudo bem que me aproveitei da desgraça alheia, mas, poxa. POSSO?

O legal é que quando a Carol foi filha da puta comigo, todo mundo ficou do lado dela, não do meu.

Cara, que post enorme e desinteressante para pessoas não envolvidas na história, I’m sorry. Mas é sempre bom botar pra fora, né?

Até hoje tenho uma pasta com rascunhos das cartas que mandei a ele, várias citações piegas, poemas óbvios e coisas do gênero. Anos mais tarde, com o grupo todo reunido, distribui pra galera rir um pouco.

Bom… O tempo passou, tive obceção por outros, cresci, coisa e tal. Houve épocas em que estivemos muito próximos, em outras nos distanciamos… E agora começamos a nos aproximar de novo.
O que importa é que até hoje tenho um carinho por ele que não cabe em palavras. Nada de amor, paixão, coisa e tal. Mas uma vontade de abraçar e dizer o quanto ele é foda.

E hoje é apresentação do TCC dele.

Parece que foi ontem que eu via o boletim dele da 8ª série atolado de notas vermelhas. *Orgulho* do homem maduro e responsável que ele se tornou.

— Fim do primeiro segmento da minha vida amorosa. Em breve, novos capítulos —

5 comentários sobre “Amor: Fase 1, capítulo I

  1. Consegui ler tudo kkkkkkkkkkk mru se eu for por no papel todos os caras que me apaixonei,jesus,da umas 10 paginas ashuahsuhau
    Faz parte,nao vejo a hora do seu proximo capitulo…bjk

  2. ô digna de novela mexicana hein? hahahaha…ai Ana. li tudo tb, sim, mas confesso que fiquei bem confusa…acho que todo mundo teve uma dessas paixões ridículas, com cartinhas e tal…eu fui apaixonadissima num cara que, certa vez, me escreveu uma carta e – pasme – eu perdi. Até hj não sei oq tinha na carta. Tempos depois ele ficou com a minha melhor amiga na época, me esnobou legal…e voltou atrás a pouco tempo. Mas eu nem qria mais. Nessa época eu tb já ouvia ‘Inesquecível’, do Sandy e Jr, e lembrava dele, ahuahuahuaa…. #ridículo

    Gostei principalmente do fim do post…acho q vc devia mandar uma msg no celular pra ele com letra de música, pra voltar no passado com ajuda da tecnologia, com classe, e desejando boa sorte, hahahah…enqto isso eu fico aqui tentando lembrar a letra de ‘Lua Vai’.

    Ah…comentei sobre vc com a terapeuta essa semana, qdo falei q qria alta. E ela me disse ‘cada um tem seu tempo próprio…tem gente que faz a vida toda, tem gente que fica fazendo só uma vez no mês…daqui um tempo ela tb descobre a dela’.

    😉
    ;*

  3. Oi Anaa!!! rsrsrs fiquei um tempão sem net… Odeia essa roça onde tô morando… É só chover e começa o caos.

    Bem mas vamos aos posts, primeiro acho coragem e leveza master, tu sair com a galaera de novo -sobre o post anterior- e o melhor colocar a diversão que rola com eles acima de tudo, isso sim é ser master feliz… rsrs

    Bem sobre os amores, louca pelo proximo capitulo… rsrsr Meu nem gosto de lembrar sobre meus amores passados, acho que se fosse escrever ia me roes tanto de raiva, que é melhor nem pensar… rs Agora tem o maridex que se eu pudece tb mudaria algumas coisas… rsrsr

    Aff mas é assim mesmo, adoro vir aqui Ana, me sinto em muitos dos seus post, uso vc de terapia já que não to podendo ir no terapeuta de verdade.

    bjos e obrigada por tudo que escreve.

    bjus

  4. E eu,aos 12 anos,brincava de barbie,sério.
    Muita intensidade pra uma pré-adolescente!
    Só achei puta injustiça vivarem a cara,quando vc foi conversar com o garoto,assim que ele terminou com a namorada.Pow,ela fez beeeeem² pior com vc.
    Bom que a gente amadurece e aprende -ou não- a não correr mais atrás de quem não nos dá valor.

    beeijos.

    p.s.:comentei a primeira vez e deu erro,aí comentei de novo.então,sei lá,pode ser que vá o mesmo comentário duas vezes rs.

  5. Pri disse:

    Ana…Lembrando que não foram todos que ficaram do lado dela, pensa que ela fez isto comigo primeiro e ninguém me apoiou também. Só foram perceber estas coisas mais tarde.

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