Mágoa do passado que nunca sarou

Eu sou o rancor em pessoa. Às vezes supero isso, mas quando fico mal consigo lembrar de coisas que aconteceram há 15 anos e de magoapouquíssima importância para outra pessoa. Esse caso aqui é bem mais recente. Não chega a doer, mas é meio frustrante. Escrevo como uma carta aberta, esperando do fundo da alma que a pessoa em questão chegue a ler. É difícil, mas quem sabe.

A quem possa interessar

Era uma vez uma grande amizade. Eu era uma grande amiga dele, e ele também era muito amigo meu. Essa história de grande amigo tá ficando recorrente, hein. De passar muitas horas todos os dias conversando, papo ilimitado.
E a idiota aqui meio apaixonadinha mas sem coragem de manifestar qualquer sinal, porque falou em falta de atitude, falou em Anamyself.
Após 4 anos, finalmente rola. Paixonite tensa, horas diárias no msn falando sobre o nada. Dormir abraçadinho, cantar música juntos, se ver quase todo fim de semana. Mas, amigos acima de tudo.
Aí começa a desandar, porque se algo dá certo é porque não é da minha vida que estamos falando.

Então, um dia:
Ana, precisamos conversar”
Quando dizem isso NUNCA é bom sinal. NUNCA. Sério. Fala isso pra mim que eu começo a tremer.
E realmente não era bom.
Ele contou que tinha outra, e que ela enrolava ele, mas ele tava louco por ela. Mas ele também gostava de mim – só que menos.
Mas eu tava com ele, ela não. Ou seja: eu era o step, a distração.
Suportei um período tendo ciência disso, aí minha dignidade me alertou e parei, porque né.
Isso até nos vermos de novo, abraça daqui, confessa coisas dali. Diz que pensou em mim, que quer me manter por perto… E zaz. E aí acabou.

ACABOU, I mean. Para sempre. Porque eu sumi – lógico, e ele desapareceu. Eu passei um tempo bem mal, mas então eu conheci outra pessoa que mudou tudo, enquanto ele conseguiu a tal que era a primeira alternativa. E nunca mais falou comigo. Nem eu com ele.

Deletou orkut, e-mail só volta, MSN nunca tá on. Sim, eu tentei mandar um e-mail dizendo: “Porra, precisa sumir não, tô com outro, tô feliz, não vou te agarrar”, mas voltou.

Eu poderia ficar puta com a situação que ele me fez passar – se bem que eu não fui obrigada a nada. Bom, na verdade fui, porque eu tava apaixonada e ele meio que se aproveitava da situação, dizendo coisas como “quando vou dormir é em você que eu penso”. Aí fode. Ok, passado o tempo isso é irrelevante. O que acaba comigo é ele ter dito durante todo o tempo, desde o começo, que acima de tudo éramos amigos, e devíamos manter isso. Lógico que eu concordava. Eu concordo. Amizade vem antes de qualquer coisa para mim.
Mas diz isso e some do mapa.

Valeu aí pela consideração.