Não tá.
Desde que voltei de viagem, em 9 de janeiro, conto nos dedos de uma mão os momentos realmente felizes do ano (na real, só lembro de dois: Casamento de um amigão; Carnaval/Sambódromo; bar semana passada com os brothers. [não, meu aniversário não consta nessa lista pq, mesmo que muita gente que amo tenha ido, muita gente que amo NÃO foi e nem deu justificativa. fiquei mal).
Tenho impressão que gastei a cota de felicidade do quinquênio na minha viagem…
De resto, um misto de melancolia, desânimo e desgosto marcam meu primeiro trimestre de 2015.
O Trabalho.
O trabalho está uma merda. Graças à economia brasileira toda fodida e à crise da água em São Paulo, a construção civil foi reduzida em um volume assombroso. Como meu trabalho está diretamente ligado ao mercado imobiliário, que é um dos que mais sentem essa crise, tenho passado longos períodos de ócio não-remunerado (só ganho pelo que produzo). Em fevereiro, tive o pior salário até agora nesse trabalho. Até menos do que costumava ganhar quando era estagiária, juro. Tudo indica que abril será parecido. A coisa tá feia. Meus colegas de trabalho estão tensos. A chefe está mais tensa ainda.
O Brasil.
Me deprime. Me dá vontade de gritar, de chorar. Essa onda de conservadorismo está me dando um desgosto sem precedentes com o fato de ser brasileira e morar no Brasil. Manifestação pedindo impeachment, pedindo golpe militar. Não consigo olhar a bandeira do Brasil ou ouvir o hino sem sentir repulsa.
Gente boicotando novela porque gays se beijam. Gente pedindo a morte de uma presidente eleita pela maioria (não esmagadora, ok, mas ainda assim) da população. Gente que grita “Abaixo Maria do Rosário, Viva Bolsonaro”. Enfim. Vocês lêem jornal, sabem do que eu tô falando.
Nunca tive vontade de sair do Brasil. Até 2015.
Se acho que outros países são melhores? Depende. Há lugares e lugares. O que eu não aguento é gente com boa educação pedindo ditadura e apoiando feminicídio.
O que me impede de vazar? Um trabalho mais ou menos decente. Nem fodendo que saio daqui pra limpar bunda de bebê – até porque não curto criança. Seja finlandesa, ugandense ou canadense. Não gosto. São folgadas, são mimadas, são inconvenientes. Tô fora.
A Vida.
Minha vida social está em coma na UTI. Ninguém tem grana pra nada, ninguém quer fazer nada, quem sai só sai com cônjuge/namorad@, chega fim de semana e todo mundo só quer dormir. Eu inclusive.
Meus pais não param de jogar na minha cara o fato de eu estar sozinha e sem amigos. Sempre pra cima a opinião dos meus pais.
Vida está chatíssima e desmotivadora.
O Amor.
Rysos altos do mais puro sarcasmo. Em resumo: sou uma completa imbecil sem amor próprio e que não canso de me humilhar. Mas não sigo em frente porque a vida está tão chata, tão desmotivadora, que me apegar a três ou quatro frases agradáveis por semana é o que me resta para não sucumbir de desgosto.
Ok, é uma maré que vai passar.
#Oremos para que passe logo.
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Mas nem tudo é desgraça. Em exatos 15 dias vou fazer uma viagem bacana com o meu pai. Tô pobre pra caralho e não teria condição de ir nem até a Praia Grande, mas como meu pai está pagando a parte aérea e eu tinha dinheiro vivo sobrando da última viagem… Vou pra Dubai passar meros 2 dias, com meu pai, e daí ele volta pro Brasil. Eu sigo para Paris, onde ficarei com meu primo e a namorada, que moram lá.
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Se você estiver à toa na região central/oeste de São Paulo, faizfavô de me chamar pra uma cerveja. Sério. Por favor. anamyself@gmail.com
😉