Desejos e desabafos ♥

(sem senha! hahaha!)

Sabem o que eu pedi quando cortei o bolo do meu aniversário de 28 anos, três dias atrás? Um homem que não fosse casado. Juro. Falei em voz alta para todo mundo ouvir.

Não tá fácil, gente. Tô nessa fase da vida. Contabilizo TRÊS casados em menos de um ano. Pior que eu sabia que os três eram casados. Pelo menos só me envolvi com um.

~Pelo menos~? Eu deveria estar feliz com isso? 

Por um lado, me sinto a gostosona que tenta os caras. Ajuda um pouco a elevar minha autoestima (como todos sabem, é uma das mais cagadas da face da Terra). Por outro… Porra, só sirvo pra isso?
Faz tempo que eu questionava minha aparência física, como sabem. Melhorei MUITO o modo de me ver, mas ainda me acho gorda, feia, com tanta estria que dá pra tocar harpa em mim, com os peitos tortos e caídos etc etc. Mas nunca tinha questionado o interior. Parabéns, homens casados. Agora além de me achar uma escrota fisicamente, vocês me fazem pensar que eu só sirvo para ser comida. Que eu não presto para namorar. Porque eu sou supersincera. Porque eu falo palavrão pra caralho, falo alto, falo de sexo abertamente, não sou nada “feminina” e muito menos “delicada”. Não tô nem aí pra nada. É isso mesmo, então? Eu não sirvo para namorar?

Merda de sociedade machista escrota.

Sei que até pouco tempo atrás eu achava infidelidade um absurdo. Tinha uma visão romântica e monogâmica da vida. Achava que quem amava de verdade não tinha razão para trair. Só que a vida me deu chicotada na cara, e agora compreendo que tem gente que não sabe lidar com a monogamia (isso não justifica ser desonesto com @ companheir@, viu?). Pior: agora acho que TODO MUNDO – eu, você, seus pais, a chefe, a vizinha crente, todo mundo de verdade – está sujeito a trair e/ou ser traído. Se isso não acontecer a vida inteira, não acho que seja prova de amor ou de ética; acho, na verdade, que faltou uma grande tentação. Por tanto, não ter traído/ser traído seria apenas sorte.

É, eu sei, sou muito 8 ou 80. Sempre fui. Mas não coloco a mão no fogo por NENHUM casal, juro. Cuidado: não estou negando o amor. Estou negando a fidelidade eterna.

Mas não era só isso que eu queria escrever.

Uma amiga minha uma vez disse que tinha feito um texto de como seria o homem perfeito para ela. E daí ela casou e jura que o homem dela atende a todos os itens da lista. Tentemos.

– Eu quero um homem que não seja comprometido, é verdade. Não sou eu quem estou traindo ninguém, não me sinto cúmplice do “crime”. Mas sei que estou influenciando mentiras e, a longo prazo, ajudando a formar uma família desequilibrada e toda trabalhada na desonestidade (sim, me refiro ao suíço).

– Eu quero um cara que seja um grande amigo, mais do que tudo. Para quem eu possa contar da minha vida, e que não fique chocado por eu ser bem vivida e já ter feito mil e uma estripulias </sessaodatarde>
Sei que isso é difícil pra caralho. 80% das minhas amigas não contam coisas do passado para os atuais companheiros. Eu não quero isso para mim. Primeiro porque eu não tenho coisas do passado AMOROSO para contar, não tem do que ter ciúme, já que meus maiores relacionamentos foram com um gringo 10 anos mais velho casado e com um hippie que andava com um conhaque na mochila. Mas principalmente porque isso tudo é quem eu sou! Não quero ter de fingir que sou uma virgem delicada. Não quero mudar minha personalidade para agradar alguém (como vejo VÁRIAS pessoas fazendo). Não quero ser julgada e nem reprimida.

– Eu não quero alguém que me aceite como sou (gorda, boca suja, NADA delicada e feminina etc e etc). Eu quero alguém que GOSTE do fato de eu ser assim. Alguém que se divirta comigo. A gente não deve se conformar com uma aceitação. A gente tem que ser amada, porra!!!

– Eu quero alguém que tenha uma visão política e religiosa parecida com a minha. Ficar com um crente que diz que a Ditadura Militar é que era legal NÃO rola, gente.

– Eu quero alguém que compreenda que independência e liberdade são algumas das melhores coisas do mundo. Tenho horror a gente grudenta que pede satisfação a cada instante.

– Eu quero alguém que seja honesto e tenha um bom caráter. Não tô falando em fidelidade. Deixei claro aí em cima que todo mundo está sujeito a chifrar/ser chifrado. Falo em ser uma boa pessoa, tratar os outros bem, ME tratar bem.

– Eu quero um cara que faça alguns sacrifícios por mim. Porque só eu me esforço. Eu atravesso a cidade para ver alguém, mas ouço de um cara “hoje tenho academia, não posso”. Nem como justifica pra faltar na academia eu sirvo?

É sério. Isso é ser tão exigente assim?

Qual é o meu problema? Não me venham falar que eu sou seletiva, porque não sou. Dou chance para quase todo mundo. Já disse a amigas que eu sigo um lema parecido com o do filme “SIM SENHOR” (com o Jim Carrey) – eu evito dizer não. Desde que o cara não seja um homofóbico, racista, babaca pra caralho etc, eu tento. Mesmo quando vejo que “o santo não bateu”. Eu insisto, tentando provar para mim mesma que eu dei uma chance. Mas mesmo assim.

Gente. Eu juro que sei que nenhum relacionamento é perfeito. Sei que a gente que tem engolir muitos sapos (um dos maiores se chama SOGRA, mas nunca cheguei nem perto disso) e que precisa se adaptar a algumas coisas, fazer pequenos ajustes em outras. Mas não quero renunciar a quem eu sou para ter alguém. Claro que em uma missa de 7º dia do avô do meu namorado eu não vou falar palavrão e nem contar que já dei pra dois ao mesmo tempo. Assim como sei me portar no trabalho, sei me portar em todas as circunstâncias. Mas ser reprimida em uma mesa de bar é pra dar um chute na bunda na hora. Sinceramente.

😦

Vou contar rapidamente meus últimos “relacionamentos”, para vocês entenderem porque cada um não foi pra frente (todos os nomes são falsos) e como não foi culpa minha:

maio/2013: Diego, amigo de um amigo. Foi realmente bem legal, me respeitou, me ajudou a ver um lado B de muitas coisas – inclusive sexual (minha autoestima cagada influencia e muito minha capacidade de sentir prazer, e ele foi um dos poucos que soube lidar com isso). Não cheguei a me apegar, mas era bom. Só que um dia ele me disse que não me imaginava namorando com alguém. Que eu era “livre leve e solta”. Sei que era para ser um elogio, mas fiquei puta. Não sirvo para namorar, então?
Depois disso, o chamei para sair umas duas vezes. Em uma, ele deu a desculpa da academia. Na outra, me ignorou.

setembro/2013: amigo de amigo de amigo. Fernando. Me tratou bem até demais. ATÉ DEMAIS. Saímos duas vezes. Na última, fomos a um restaurante japonês e eu disse que ia maneirar, porque estava gorda. Ele disse: “se está gorda, porque não faz regime?”. Gente. Quase dou na cara dele. Respondi MUITO PUTA dizendo que ninguém tinha o direito de falar isso para mim, que eu – e minha família – me cobra magreza desde criança, que faço regime e sofro com isso desde sempre… E o fdp dando risada dizendo que eu ficava bonitinha brava. Gente. Não. Desculpa, mas isso para mim é falta de respeito. Acham que fui intolerante?
Alguns dias depois, ele começou com ataque de grude. Me mandava msg perguntando o que eu tava fazendo, quando sairíamos de novo. Eu tentava responder com gentileza, mas sem dar esperanças. Até um dia que ele me ligou cinco vezes numa mesma noite (não atendi nenhuma). APENAS NÃO.

outubro, novembro e dezembro/2013: Mauro, o suíço. Pensei apenas em me divertir, mas foi o melhor beijo da minha vida, ele era inteligente, vivido, tinha histórias para contar, um papo bom, me divertia e se interessava pelo que eu falava. E me tratava bem na medida certa – sem me sufocar, mas sem me deixar largada. Só que era casado. E assim que ele foi embora, descobri que a mulher dele estava grávida de 6 meses (agora está de 8. Vai parir em março). Hoje em dia ainda nos falamos no whatsapp. Vez por outra ele fala em saudades e eu quero morrer. Porque é fofo e eu ainda sinto falta dele (embora esteja recuperada), mas acima de tudo, porque sei que, como homem, parte desse “I miss you” é uma forma de impedir que eu o esqueça e me manter como backup. Enfim.

janeiro/2013: Adriano, um cara que conheci na rua. Juro.  Esperando um casal de amigos numa esquina da Rua da Consolação com a Alameda Santos. Me chamou para uma cerveja enquanto eu esperava o casal; trocamos telefones e fomos nos falando via whatsapp (dica para a humanidade: N-U-N-C-A me telefone. NUNCA). Daí saímos em janeiro. Fez USP, tem uma visão de mundo parecida com a minha, bom partido, me tratava bem, inteligente, gentil. Só que sempre que o chamo para alguma coisa ele não pode. É só quando você quer, porra?

fevereiro/2013: Gabriel. amigo de amigos. Casado. Conheço a menina. Deixou muito claro que queria apenas me comer, desde o princípio. A primeira vez que o vi babei. Sempre o achei gatíssimo e minha autoestima cagadíssima me incentiva a pegar todo mundo, mesmo sabendo que é cilada… Então… Porque não? porque odiei o beijo. fim. (ainda bem que odiei. Poderia ser uma situação bem pior que a do suíço).

E essa é a minha vida amorosa, gente.

Frigidez emocional

Parabéns, universo: você conseguiu. Tanto me ferrei na vida, gostando de gente estranha, gente errada, que finalmente, FINALMENTE, parei de ter expectativas quanto às pessoas. Todas as pessoas, que fique bem claro, amigos, homens, desconhecidos.

Isso parece bom: com auto-estima mais ou menos em ordem, pego quem eu quiser (sério, Yes I Can é o lema do ano) e no dia seguinte fica só aquela sensação de leveza, sem qualquer questionamento sobre se ele gostou de mim, se ele vai dar sinal de vida. Vai, não posso reclamar. É bom, sim, curtir o momento sem medo do que vai acontecer depois. Isso porque não consigo mais conceber o tal depois: para mim é agora e pronto. Se tiver algo depois, ótimo. Se não, ótimo também.

Só que essa vida de biscate (não nego, assumo com orgulho!) tem um grandessíssimo problema: perdi a capacidade de me importar. Pior: perdi a capacidade de me apaixonar. Como não crio expectativas, não espero nada de ninguém. Em minha defesa, os caras que ando pegando não são nem-um-pouco o tipo namorável. Ou passaram os últimos anos em relações complicadas/sérias, ou não tão nem aí pra nada nem pra ninguém.

Parece que minha mente criou anticorpos (?) para combater ilusões. É impressionante: curto super o cara na hora, acordo feliz, mas passam 2 dias e já voltei à minha vida pacata e vazia de amores.

Só que ando sentido uma saudade danada de me apaixonar. A vida sem paixões é meio sem graça. É meio sem cores.

Se eu for sincera comigo mesma, vou me dar conta que tem uns 10 anos que não me apaixono… Cheguei a dar umas suspiradas essa ano, mas é claro que não deu certo, então assumi de peito aberto a tarefa de pegar e não me apegar.

Só que tenho medo de ficar cada vez mais frígida, emocionalmente falando. Tenho medo de, quando chegar alguém que realmente valha a pena, eu resista e deixe passar uma boa oportunidade de ser feliz.

Como lidar?

Essa vida louca que a gente leva

Ando sumida, eu sei. Morro de saudade da blogosfera. De todos que me liam e que eu lia também.

Mas esse é um prejuízo da vida louca que dói um pouco, mas é menos prejudicial do que estar completamente infeliz e sozinha, como eu era até pouco tempo atrás.

A grande novidade é: eu não odeio o meu trabalho. Não posso dizer que amo, porque trabalho é trabalho. Não acordo feliz, jamais. Tem mil pontos contra: ganho mal e sem nenhum tipo de vínculo ou benefício, é instável, é meio longe de casa, é assessoria de imprensa.

Still.

Eu não odeio.

Primeiro porque eu amo as meninas que trabalham comigo. Amo como a gente se dá bem, como a gente partilha de tantos gostos e opiniões – três filhas únicas, vejam só!

Gosto dos chefes também. Me incomoda um pouco o ambiente extremamente “lá em casa”. E a falta de planejamento e de organização – eu tenho que adivinhar o que fazer, muitas vezes. Mas prefiro isso àquele ambiente hostil de antigamente. (Sim, continuo cheia de rancor da minha ex-chefe).

Do meio de setembro até agora, estou completamente entupida de trabalho, como nunca antes na história desse País. Vivo preocupada e estressada. Nos últimos quinze dias, apenas em 2 consegui fazer 1h de almoço completa. Na maioria dos dias comia enquanto dava informações no telefone e organizava tabelas de excel.

Isso porque assessoro um resort que está sendo inaugurado na Bahia por esses dias. Sem citar nomes pra não me rastrearem, sabem como é. Mas não é difícil descobrir, se você me tem no facebook, no twitter, no linked-in. (Não tem? Adicione-me agora mesmo! Os links estão na barra aí do lado direito!)

Enfim. Corri atrás de tudo dessa inauguração. De celebridades que topassem ir sem cobrar cachê, operadores de turismo, jornalistas. Pode parecer fácil fazer um jornalista ou uma celebridade topar ir pra um resort na Bahia com tudo pago – avião, hospedagem all inclusive e todo o luxo. Mas nem é, viu. Ainda mais para alguém que está de fraldas no mundo da assessoria de imprensa.

Descobrir quem assessora celebridade X. Ouvir um milhão de nãos da grande imprensa. Explicar trezentas vezes as mesmas coisas. Convidar prefeito, governador, ministro, secretário. E alguns deles toparem!

Enfim. Tá foda. E como se não bastasse, ainda me deram um outro cliente. Uma rede de restaurantes de alimentação saudável – que eu já curtia antes da assessoria. Todo dia chego pra trabalhar tensa com a quantidade de e-mails na minha caixa. 30 só quando abro. Se for depois de um fim de semana, uns 50.

Dei umas surtadas. Fiz DR com a chefe pelo MSN.

Mas a vida vai indo.

Engordei mais um pouco – rumo aos 90 Kg (tenho 1,61 m). Minha pele está uma bosta. Meu intestino (que andava controlado) não funciona há 4 dias – simplesmente porque não me sobra tempo de fazer cocô. Não menstruo há 2 meses – e não estou grávida. Fiz teste hoje e tô limpa.

STRESS, mano. Do mais puro e estereotipado.

Ah! E ainda tem o cursinho. Óbvio que das 10 aulas da semana, mato 7. Desencanei das de exatas – só assisto a aula quando for alguma coisa que eu saiba rolar um potencial em mim (assisti aulas sobre matriz, probabilidade, geometria, Newton…). Mas vou te contar que as aulas de história – mesmo que um dos professores seja uma anta conservadora e tapada – e de geografia são o que me mantém. Puta felicidade estudar duas matérias que eu amo.

Aliás, dia 28 de novembro tamos aí prestando geografia na USP. Pra quê? Pra continuar estudando algo que eu goste. Nem pretendo me formar nem nada. Só quero continuar estudando – e de graça.

Enquanto isso…

Nos fins de semana, sou uma outra pessoa. Mais devassa e errada do que jamais imaginei.

Meus amigos dizem que eu tenho o melhor aproveitamento da galera.

Juro.

Tô bebendo, tô pegando, tô curtindo, tô rindo. Tô conhecendo e experimentando (nada homossexual, que fique entendido. Mas nada contra: se rolar vontade e oportunidade, estamos aí).

Nisso, sábado um dos caras que peguei nos últimos tempos me ligou. PRIMEIRA VEZ QUE UM CARA ME LIGA NA VIDA. Te juro. Acho que essa semana ligo de volta pra combinar alguma coisa. É que como a gente ficou foi bizarro demais até pras mentes mais sórdidas – era um chá de bebê. Já começa bem. Aí tenho medo que ele só queira putaria.

E ó.

Mó legal pegar geral e se sentir minimamente desejada.

Mas o vazio é o mesmo – nem uma suruba com 20 nêgos resolvem a falta de amor.

Enfim.

Estou saindo com vários grupos diferentes. Tenho ido a baladas mil. Outro dia dancei “onda onda olha a onda”. Dias depois, fui no “Coração Sertanejo”. No fim de semana anterior, “Stones Rock Bar”.

E pra completar, ganhei um par de ingressos para o show do Green Day, semana passada, escrevendo uma frase para o site da Rolling Stone. Puta orgulho. Mandei bem.

É isso, meus queridos.

Beijo para todo mundo. Meninas do twitter, meninas blogueiras e do twitter, meninos e meninas stalkers. Todo mundo aê merece aquele abraço.

Help! I need somebody! (Ou não)

You know how they say, “I can’t live without love“?
Well, oxygen is even more important.

Dr. Gregory House

Com essa frase incrível do House, da série (tem pra baixar num link aí do lado), começo mais um post reclamando da vida e da solidão. Então senta que vai começar.

Seguinte: várias amigas minhas que nunca tinham namorado, que não acreditavam muito na “tampa” de suas panelas e afins estão namorando. Claro que fico feliz por elas. Desejo tudo de melhor às minhas amigas. Mas essa não é a minha primeira reação ao saber. Antes de ficar contente por elas, fico possuída de inveja. Inveja pura. Não daquela maligna, que gera instintos assassinos e ódio, mas aquela que inevitavelmente te faz sentir como lixo, e que leva ao questionamento: “Porquê não eu?”.

Não sei até que ponto a inveja afeta o meu caráter. Por mais que eu me remoa de inveja direto, nunca fiz nem nunca farei nada para prejudicar ninguém. É uma coisa puramente interna, que machuca a mim e somente a mim.

O fato é que quanto mais envelheço, mais as pessoas ao meu redor engatam relacionamentos amorosos. No meu trabalho, não tem um ser vivo solteiro. Só eu.
Não vejo a hora em que vou sobrar totalmente </ironia>.

Depois das minhas desilusões amorosas (ou quase isso), me fechei. Primeiro, porque todo mundo que eu conheço e que me interessa:

1 – namora ou é casado
(queria ser anti-ética e ignorar sentimentos alheios, mas não consigo dar em cima de gente comprometida.)
2 – prefere a pessoa que está ao meu lado
(uma amiga, é claro. Só para eu me consumir de inveja mais um pouco).

Eu tenho duas opções: ou passo o resto da vida procurando alguém, numa esperança infrutífera, ou saio pegando geral, meanless mesmo. Pegando geral, leia-se: as sobras de amigas, os bêbados no fim da balada que não se importam com nada, os que comem qualquer coisa que não tenha volume excessivo entre as pernas.

Sério, peguei mais em 2009 que nos últimos 5 anos juntos. O que isso significou? NADA. N-A-D-A. Meanless, solidão, tons de cinza.

Pras pessoas ao meu redor, sempre tentei passar uma imagem de força, independência, desinteresse e desapego pelas causas amorosas. Felizmente, não tenho fama de mal-comida por esses motivos. Simplesmente porque eu NÃO sou comida. Mas enfim. Baixei o nível mais do que o necessário.

O fato é que eu sei (e não tão fundo assim) que eu preciso de alguém. Passo a porra da minha vida inteira esperando por esse alguém. E só de falar isso meus olhos enchem de lágrimas (obs.: estou no trabalho, escrevendo desgraça no blog, com os olhos marejados. GREAT.) Passo a porra dos meus dias inteiros desejando companhia. E não necessariamente a companhia dos meus amigos. Preciso de algo além. De um amor, sabem.

De mãos dadas, cinema, dormir abraçado, ouvir palavras doces. Tudo isso que 9 entre 10 pessoas que eu conheço já viveram.
Fato: única pessoa que eu tentei pegar na mão, um puta amigo que eu já tava pegando há um tempinho, se DESVIOU. Há testemunhas.

Posso dizer que não vivo sem amor?

Sim.

Eu não vivo sem amor. Mas, se não tenho um amor, que escolha tenho? Amor, como nosso grande House sabe, não é vital como o oxigênio. Me deixem a porra da vida inteira sem amor que eu continuo com a minha existência semi-completa. Mas me tirem a porra do oxigênio que eu morro.

Me convenço mais e mais, a cada dia que passa, que não sou do tipo de pessoa que vai casar e ter filhos. Preciso colocar na minha cabeça que isso não é pra mim, matar todas as esperanças do campo amoroso e as idéias românticas da alma gêmea e tentar ser feliz como dá, sem isso.
Das duas, uma: ou eu sou a pior pessoa da humanidade, aquela que fica sozinha pelo resto da vida por justiça mortal/divina OU eu não fui feita para isso. Simplesmente porque não pertenço a esse contexto.

Tendo a crer na segunda opção, uma vez que existe gente bem pior/mais feia/ mais gorda/mais burra/mais tanta coisa do que eu, e que ainda sim é realizada amorosamente falando.

Se a falta de alguém me faz infeliz? Não. Só que sem amor minha vida nunca vai ser 100%.

Sim, não vivo sem amor. Não consigo viver sem invejar casais. Não consigo viver sem querer mais atenção, e não só aquela que amigos podem dar.

Sorte que viver sem essas coisas não causa falência múltipla dos órgãos.

Não vivo sem amor e sem sexo, mas, que opções eu tenho?

#Procura-se um amor que goste de cachorros.

Câmbio, desligo.

Amor: Fase 1, capítulo I

Acordei com vontade de contar a minha vida. Então segura, que aqui vai um “pequeno” trecho.

Minha vida amorosa divide-se em duas partes, basicamente. Tem a fase platônica e a fase não-platônica. Aí coloca dois cidadãos em cada fase e zaz. That’s all, folks.

Então vamos começar pela Fase 1 – Paixão Platônica, capítulo I – Gordo.

Já contei um pouquinho sobre a minha pré-adolescência e descobertas sexuais aqui (os comentários desse post são os melhores!). Resumão: comecei minha vida sexual CEDÍSSIMO, com meu melhor amigo-irmão-alma-gêmea-lindo, o Chris, que alguns anos depois se descobriu gay. Na mesma época, lá pelos 13 anos (tô falando que é cedo, gente) eu pegava um cara sensação do meu condomínio, vamos chamá-lo de B (hoje ele me odeia tipos MUITO, um dia conto o pq). Daí que C e B começaram a se pegar também. E eu observava toda a evolução entre eles, do primeiro selinho até… Bom, vocês entenderam.

No começo, eu achava que gostava do C. Não, era só amigo mesmo. Depois, achei que gostava do B. Também não: achava o máximo o fato de ver a bissexualidade de uma pessoa se aflorando na minha frente, isso sim. Mente deturpada desde cedo? Yes.
No auge dos meus 14 anos, via dois meninos se comendo na minha frente. E achava o máximo.

Aí tudo isso passou, C mudou, B mudou.

Não tive vida sexual/amorosa e nem nada durante toda a minha adolescência. Nem falo quantos anos fiquei sem ao menos beijar alguém, porque dá vergonha, sérião. Mas eu não me importava tanto, assim. Minha vida era preenchida com ótimas experiências e amigos maravilhosos.

E aí tinha esse cara do meu condomínio. Meu vizinho da frente. Nunca tínhamos tido muito contato, mas ele já tinha sido bem amigo do Chris. Amigo o suficiente para ele ser a única pessoa (tirando B, claro) que sabia sobre nossas experiências precoces.

Enfim. Começou uma história de que eu deveria pegar esse meu vizinho. A ponto de ele pedir para ficar comigo, no melhor estilo “Fica Comigo” – MTV. Crianças, sabe. E eu, mais criança ainda, sem saber o que fazer. Uma vontade louca de rir, vontade maior ainda de me enfiar em um buraco e por lá ficar pelo resto da vida, de vergonha.

Daí que não aconteceu nada, só uma enrolação monstra por alguns dias.

Meses depois, quando ele desencanou total, eu surtei. Fiquei obcecada, e tinha que ficar com ele de qualquer jeito. Mas adivinhem só: ele nem queria. Na verdade, ele nunca quis. Só rolou aquele mini climinha por conta de pressão externa.

Me dá contorções no estômago de vergonha de lembrar dessa época. E ó que já se vão quase 10 anos.

Enfim: aí que eu apaixonei. Apaixonei mesmo, só pensava nele a porra do tempo inteiro, mas é lógico que a partir daí ele passou a me esnobar bonito.

Gente. Eu tinha 14 anos.

Daí comecei a mandar cartas pra ele. Cartas com os escritos mais bregas do universo inteiro, pior do que a pior letra de pagode  (Lua Vai feelings) que você consiga imaginar. *Convulsões de vergonha*. In fact, cheguei a mandar a letra de “Olha o que o amor me faz”, de Sandy & Jr., pra ele. Sério, gente. É vexatório.

E eu passava a merda das aulas inteiras na escola escrevendo coisas pra ele, e pensando nele… Uma coisa bem absurda.

Pior. Nós estudávamos em escolas diferentes. Ele estudava na porra do colégio que me humilhou a vida inteira, e eu tava feliz na escola nova, com admiradores e tudo. Mas ainda tinha um amigo ou outro no colégio antigo. O que fiz: convenci meus amigos a enxerem o saco do coitado do menino pra ficar comigo. O que inexperiência não faz, né? Nem me tocava que isso estava piorando cada vez mais a situação.

Eu continuei gamada. Todo dia de manhã, o via pela janela da cozinha indo para a escola. Apaixonadinha way of life. (Aposto que ele nunca soube disso).

Ele me deu altos foras. Em público, inclusive. E eu ficava chorando anos, coisa mais ridícula. E não demorou para ele ficar com alguém – do condomínio, aliás. Durou pouco, mas eu me remoía de ciúmes. Por outro lado, ele passava mais tempo comigo do que com a “namorada”, mais assuntos em comum, sabe. E eu fui me aproximando dos amigos dele (não por interesse, que fique claro), e gostava cada vez mais dele… E tipos… Se não rolou no começo de tudo, nada mais aconteceria.

Aí teve um dia que eu fiquei com um cara no colégio. E me senti malzaça, pq gostava do vizinho. Cheguei em casa, falei com ele do cara da escola, disse que me sentia mal, mega me declarei chorando e ele só ouvindo e se importando o suficiente para não rir na minha cara. Ponto.

E tinha essa menina, a Carol, que por sinal inspirou a criação desse blog nos idos de 2002 (arquivos infelizmente deletados). Mó amiga minha, dormia lá em casa, coisa e tal. Acontece que ela pegou as minhas duas paixões platônicas e super esfregou na minha cara “eu tenho, você não tem”, e ainda conseguiu fazer todo um grupo se voltar contra mim por um bom tempo.

Mas enfim. A Carol e a minha paixão platônica I namoraram. Ele apaixonadaço e eu me corroendo de inveja, pq nunca deixei de gostar dele. Nota: já tinham se passado uns 2 anos desde o começo dessa história.

E aí terminaram, voltaram, terminaram, voltaram e terminaram. No fim, ele não queria mais ouvir falar dela, mas ela amava ele loucamente. Mulher é tudo idiota.

No dia que eles terminaram oficialmente, ela chegou a vomitar de tanto chorar. E ele lá, na dele. Enquanto geral ficou puta com ele e foi consolá-la, eu fiquei lá conversando com ele… Não como se nada tivesse acontecido, mas ué, ele tinha culpa de não gostar mais dela? E, por outro lado, algum vez eu o culpei por não ter interesse em mim? Por mais ridículos que eu tenha passado (e feito ele passar), NUNCA forcei a barra. Talvez esse tenha sido o meu erro, afinal.

E aí o mundo me odiou. Falou que eu fui injusta, que ri da desgraça alheia.

Ok, então.

Tudo bem que me aproveitei da desgraça alheia, mas, poxa. POSSO?

O legal é que quando a Carol foi filha da puta comigo, todo mundo ficou do lado dela, não do meu.

Cara, que post enorme e desinteressante para pessoas não envolvidas na história, I’m sorry. Mas é sempre bom botar pra fora, né?

Até hoje tenho uma pasta com rascunhos das cartas que mandei a ele, várias citações piegas, poemas óbvios e coisas do gênero. Anos mais tarde, com o grupo todo reunido, distribui pra galera rir um pouco.

Bom… O tempo passou, tive obceção por outros, cresci, coisa e tal. Houve épocas em que estivemos muito próximos, em outras nos distanciamos… E agora começamos a nos aproximar de novo.
O que importa é que até hoje tenho um carinho por ele que não cabe em palavras. Nada de amor, paixão, coisa e tal. Mas uma vontade de abraçar e dizer o quanto ele é foda.

E hoje é apresentação do TCC dele.

Parece que foi ontem que eu via o boletim dele da 8ª série atolado de notas vermelhas. *Orgulho* do homem maduro e responsável que ele se tornou.

— Fim do primeiro segmento da minha vida amorosa. Em breve, novos capítulos —