2 dias em Bariloche (2017)

Sabem aquelas viagens paitrocinadas que meu pai sempre diz ser a última, mas acaba não sendo? Pois bem: mais uma viagem paitrocinada rolou no feriado de Corpus Christi, em junho. O destino da vez: Bariloche, na Argentina.

Volto ao destino 23 anos depois. Tenho grande carinho por Bariloche: foi a primeira vez que saí do Brasil, primeira vez que vi a neve. Foi uma viagem deliciosa com meus pais no começo dos anos 90.

70Au8bljEra dezembro, verão. Mesmo assim tinha bastante neve eterna. Hoje em dia quase já não há neve eterna nos picos de Bariloche 😦

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Minha primeira experiência na neve. Roupa de neve alugada e posando no jet-ski (?) de neve que alguém tinha largado lá ahahha

A razão para voltarmos a Bariloche: desde quando fomos para Ushuaia, em abril de 2016, e um argentino disse para o meu pai que San Martín de Los Andes (uma cidade a 100km de Bariloche) era imperdível, meu pai obcecou. Minha mãe não quis ir, então lá fui eu acompanhá-lo 🙂

16 de junho, sexta-feira

Saímos de São Paulo com destino a Buenos Aires no amanhecer da sexta-feira. Voamos pela Aerolíneas Argentinas.

Bariloche (1)

Voo sem altos ou baixos.

Fizemos conexão em Buenos Aires e partimos para Bariloche.

Todos as previsões indicavam neve, mas não imaginávamos que seria naquele grau. O inverno ainda nem tinha começado!

Percebemos que a coisa tava feia no pouso. Branco branco branco branco branco. Pra cima, pra baixo, pros lados, tudo branco.

pouso

Pousamos e mal se via ao redor. Os termômetros marcavam -2ºC.

Se liga na quantidade de neve acumulada nos carros, na frente do aeroporto:

Bariloche (2)

Só dava brasileiro maravilhado com a neve, inclusive nós ♥

Tava friiiiio.

O táxi para o centro era caro, então esperamos no aeroporto para pegar o ônibus. Meros 25 pesos (uns R$ 4) para ir ao centro. O único problema: só pode pagar com o cartão próprio do transporte público argentino, um tipo de bilhete único.

Não há exceções.

A treta é que só nos avisam isso dentro do ônibus. E é super difícil achar a desgraça do bilhete para comprar.

A nossa sorte foi que um cara se oferecer pra pagar as nossas passagens. Argentinos são solícitos, juro pra vocês.

Chegamos à região central, onde fica o Centro Cívico no fim da tarde. Nevava bastante.

Bariloche (3)

Tiramos fotos e ficamos pensando na roubada que seria o passeio do dia seguinte, caso o tempo permanecesse assim: visibilidade zero e branco, branco, branco (o passeio do dia seguinte se baseava em paisagens; um dia bonito seria importante).

Ficamos no Hotel Flamingo, uma pensão simples praticamente embaixo do Centro Cívico. Lá chegando, as recepcionistas/donas do hotel ajudaram meu pai a achar o contato da agência, para ver se o passeio do dia seguinte estava de pé, até por questões de segurança. Confirmaram.

Feito isso, demos uma relaxada. Já era noite.

Pouco depois saímos para jantar um esplêndido churrasco argentino no El Boliche del Alberto. Para repetir a excelente experiência de 23 anos atrás.

Meu pai dizia que era o melhor churrasco que tinha comido na vida… Íamos ver se continuava assim.

A caminhada até lá foi curta, mas penosa na neve incessante.

Mas valeu a pena. E era sim o melhor churrasco. Certamente o melhor que comi na vida.

Provoleta de entrada, asado de tira e uma pequena porção de fritas. E vinho.

Bariloche (4)

Nunca comi tão bem na vida. Que carne DELICIOSA, meu pai do céu.

Voltamos pro hotel e dormimos.

17 de junho, sábado

Tomamos café da manhã (medialuna con dulce de leche – croissant com doce de leite, TE DEDICO, ARGENTINOS ♥) e ficamos na recepção esperando o guia.

Só no caminho, por volta das 9h da manhã, é que começou a amanhecer. E que belo dia! Já se via o horizonte e o sol nascendo…

Bariloche (5)

Seguimos até perder Bariloche de vista, entrando no Parque Nacional Nahuel Huapi e pegamos a Ruta 40, que se conecta à Ruta 3 mais pra frente – a estrada de mais de 3 mil quilômetros que liga Buenos Aires a Ushuaia.

Conforme fomos seguindo, percebemos que a neve tinha sido realmente intensa. E ESSE SOL NASCENDO, MEU DEUS???

Bariloche (7)

Bariloche (8)

Que coisa mais MARAVILHOSA. A sensação de pisar na neve, aquele frio de graus negativos, sentir o ar puro e geladinho entrando no corpo, observar a natureza assim, tão linda… É bom demais ♥

Seguimos por um caminho lindo – o passeio se chamava “Rota dos 7 lagos”, e não a toa. Passamos por vários. Aquelas paisagens magníficas de cartão postal!

Bariloche (6)

Um pouco depois, uma parada em Villa La Angostura, uma cidadezinha fofa, pico dos ricaços argentinos (inclusive do Macri, atual presidente).

Bariloche (9)

Estava bem frio. O que é bom fazer no frio?

CHOCOLATE QUENTE!

Bariloche (10)

No pico mais fofinho, a cafeteria Cucu Schulz, um chalezinho suíço todo nevado:

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ME DIZ SE NÃO É UM AMOR!

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Pirei nessa árvore, que tem em toda a região. Os passarinhos comem as frutinhas vermelhas. E fica tão lindo tudo nevado!

Seguimos rumo a San Martín dos Los Andes.

O tempo fechou de novo e a neve caiu incessante.

Paramos em mais alguns lugares lindos:

Bariloche (12)

Não é minha primeira, nem segunda, nem terceira experiência com a neve. Mas é sempre encantadora 🙂

Bariloche (13a)

Papi e eu NO AUGE na nevasca. Delícia demais.

Já perto de San Martín de Los Andes, o tempo abriu de novo e revelou mais paisagens lindíssimas:

Bariloche (13b)

Chegando a San Martín de Los Andes, parece que mudamos de país. Nem resquício de neve, temperatura acima de zero… Um vilarejo fofo.

Fomos direto almoçar, pois estávamos famintos. Ficamos no restaurante que o guia indicou, Posta Criolla, e pedimos coisas típicas da região.

O meu prato, de cima, era truta com molho de gorgonzola e batatas.

O do meu pai, prato debaixo, lombo de cervo (veado) com risoto e molho de vinho com framboesas.

Bariloche (13c)

Vinho para acompanhar, é claro.

O meu prato estava ótimo, mas o do meu pai era um soco no estômago. Gostoso, mas carne de caça tem um sabor MUITO forte. Não sou chegada, não.

Bom, não fizemos mais nada em San Martín de Los Andes e a única foto da cidade ficou horrível:

Bariloche (13d)

Voltamos para Bariloche. Mais neve no caminho, nada pra ver, dormi.

Chegamos e já era noite.

Fizemos uma hora no hotel e depois saímos para jantar.

O plano era comer carne de novo, mas em um lugar diferente. Fomos e chegamos a entrar no Alto El Fuego, mas achamos um ambiente zoado, abafadíssimo, barulhento.

Resolvemos ir no certo. Fomos de novo no Boliche del Alberto, mas em outra unidade. A original, a mesma que fomos nos anos 90.

Bom, a experiência foi bem diferente. Ainda que fosse a mesma rede, o serviço foi fraco, a carne estava esquisita, o ambiente era meio desajeitado. Nada a ver com a experiência do dia anterior 😦

E fica aí a sina eterna das viagens em família: o jantar da última noite é sempre uma merda.

(E como nossas viagens são curtas, não raro A ÚNICA refeição é o jantar, que é uma merda, tipo como foi em Dubai, rs).

De barriga cheia mas com o paladar insatisfeito, voltamos para o hotel. A neve tinha parado. A neve só se forma quando a temperatura está entre 2 e -2°C, e estava MENOS QUINZE. Zero neve, muuuuito frio.

18 de junho, domingo

Acordamos com esse BELÍSSIMO amanhecer no nosso último dia.Bariloche (14)

Tomamos café da manhã e fomos procurar pontos de venda da desgraça do bilhete único argentino, pois precisaríamos dele para ir a Llao Llao, nosso plano para o último dia.

Não foi NADA fácil achar o bilhete. A maioria dos lugares não tinha ou ainda estava fechada. Lá pelo oitavo estabelecimento, quase 1h depois, conseguimos comprar.

Ufa.

Coincidentemente, a lojinha e o ponto de ônibus eram quase em frente ao hotel em que nos hospedamos da outra vez. Olha que graça 🙂

Bariloche (15)

O trajeto de ônibus até Llao llao, a ponta de Bariloche, durava uma hora. A paisagem estava linda e o tempo simplesmente perfeito.

Chegamos ao ponto final e entramos no chiquetésimo Hotel Lllao Llao, que dá acesso as partes externas:

Bariloche (17)

Tá ruim?

Só quero isso pra minha vida. hahaha.

E assim?

Bariloche (16)

Daquelas paisagens para arrepiar a alma, tá louco ♥♥♥

Andamos um pouco por lá, curtindo aquele visual maravilhoso. Como diz meu pai, PRA QUÊ ALPES?

Mas logo era hora de irmos embora.

Pegamos o ônibus e voltamos pro centro. Chegando lá, tirei a foto clássica de Bariloche, repetindo a experiência de quando era criança: foto com o cachorros de neve (mais especificamente, o São Bernardo com o mitológico barril de chocolate quente, para os perdidos na neve).

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Nota 10 pro fotógrafo da foto antiga, hein? Um cachorro olhando pro lado e outro de olhos fechados (e é um HUSKY, o olho mais foda do reino animal. hahahah)

A foto foi feita próxima a Llao Llao. Aquela construção ao fundo, atrás de mim, é o hotel de onde tirei a foto com a piscina de fundo infinito (que não existia na época) 🙂

nova

Foto atual. No Centro Civico.

Importante dizer: a temperatura já tinha subido bem. Devia estar uns 2 graus ACIMA de zero.

Daí passei numa lojinha para comprar uns chocolates. Argentina tem uma parada que é uma das melhores coisas dessa vida: CHOCOLATE EM RAMA

Comprei um pouco, fui pro hotel, arrumamos as coisas e partimos pro aeroporto.

Bariloche (18)

O voo atrasou. Mal teríamos tempo em Buenos Aires (isso pq meu pai esquematizou um upgrade, com sala vip em Buenos Aires e tal).

OLHA ESSA DECOLAGEM, BICHO

Bariloche (19)

Saca um X no meio da foto, mais pro lado direito? É o aeroporto, são as pistas 🙂

Bariloche (22)

Bariloche toda linda.

Foi lindo. 2 dias ótimos. Bariloche continua nota 10 ♥♥♥

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